O plano da DGS para reduzir o consumo de sal em 10% e de açúcar em 20%

Alimentação inadequada e excesso de peso ameaçam causar mais mortes do que o consumo de tabaco, tendência que a Direção-Geral da Saúde (DGS) quer travar com metas como reduzir o sal em 10% e o açúcar em 20% até 2027.

No Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS) para 2022-2030, a DGS aponta que a alimentação inadequada,

uma das principais causas evitáveis das doenças crónicas não transmissíveis, como a obesidade, doenças oncológicas, diabetes tipo 2 e doenças cérebro-cardiovasculares, “contribuiu para 11,4% da mortalidade, no ano de 2019”.

Os dados são do último Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física, que, além do peso na mortalidade, indicam que os erros alimentares são também responsáveis por 7,3% anos de vida perdidos por incapacidade DALYs (Disability-adjusted life years).

Esta situação tende a agravar-se e, segundo estimativas citadas pela DGS, nos próximos anos “a alimentação inadequada pode vir a ultrapassar o tabaco no ranking dos fatores de risco modificáveis que mais condicionam a carga da doença a nível nacional”.

Para travar esta tendência, o plano, traçado num documento com mais de 100 páginas, apresenta como objetivos reduzir o teor de sal, em pelo menos 10% até 2027, nos alimentos que mais contribuem para a ingestão de sal na população portuguesa, reduzir o teor de açúcar em pelo menos 20% e ainda aumentar o conhecimento sobre os princípios da Dieta Mediterrânica.

No médio prazo, até 2030, a DGS quer aumentar a percentagem de consumo de pelo menos 400 gramas de fruta e hortícolas por dia (g/dia) em adultos, crianças e adolescentes, reduzir

o consumo de carne, de alimentos ultraprocessados e de refrigerantes e outras bebidas açucaradas, sobretudo em crianças

e adolescentes.

Aumentar a taxa de aleitamento materno exclusivo até aos seis meses para pelo menos 50% e a proporção de utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) com acesso a, pelo menos, um recurso de aconselhamento breve para a alimentação saudável são também metas traçadas no PNPAS até 2030 e que hoje entra em fase de consulta pública.

Tudo isto para "conseguir, até 2030, travar o crescimento e reverter a tendência na prevalência da obesidade em adultos” e “reduzir a prevalência do excesso de peso e da obesidade em crianças e adolescentes em pelo menos 5%”.

O Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS) foi criado

em 2012 como um programa de saúde

prioritário.

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