Nordeste da Síria: MSF presta apoio nos cuidados maternos e infantis
Num dia chuvoso e frio, uma mulher chega com o marido numa moto a um hospital no governorado de Idlib, no Noroeste da Síria, onde a Médicos Sem Fronteiras (MSF) presta apoio.
A mulher chama-se Ratiba e está ali para dar à luz. É deslocada interna e tem quatro filhos, três dos quais nasceram durante o conflito na Síria, criados numa tenda e com a família a enfrentar imensas dificuldades para conseguir o sustento.
Como milhares de outras mulheres na Síria, Ratiba foi diagnosticada com desnutrição durante a gravidez. Conta que, por isso, sofre de “tonturas contínuas, hipertensão e fadiga”.
Muitas pessoas vivem em condições precárias e em insegurança alimentar – são 12 milhões de pessoas no país, cerca de 54 por cento da população total, que se encontram em situação de insegurança alimentar em 2022.
O acesso a cuidados de saúde constitui outro grande desafio devido à insegurança, às longas distâncias para chegar a estruturas de saúde e aos custos dos serviços e dos transportes.
Onze anos de guerra tiveram um custo elevado também na saúde mental das mulheres, e muitas estão a debater-se com ansiedade, depressão e distúrbio de stress pós-traumático.
Ao longo do último ano, a Médicos Sem Fronteiras viu vários projetos e estruturas de saúde diminuírem as suas atividades ou mesmo fechar após terem ficado sem fundos.
Além disto, durante o conflito, centenas de estruturas médicas foram danificadas ou destruídas. Muitos profissionais médicos foram mortos ou fugiram do país.
Medicamentos e provisões médicas essenciais não estão muitas vezes disponíveis. Tudo isto tem tido um impacto negativo no acesso a serviços essenciais para grávidas e recém-nascidos.
Para ajudar a fazer face a estas necessidades, a MSF reforçou as atividades de forma a dar resposta a um aumento em 50 por cento nos partos feitos em três dos hospitais que co-gere e onde os partos por cesariana triplicaram em 2021.
Este acréscimo manteve-se nos primeiros dois meses de 2022.
Mesmo com todos os esforços feitos, é claro que a resposta humanitária fica aquém das necessidades existentes e que é urgente aumentar o financiamento de atividades que salvam vidas, incluindo serviços de saúde sexual e reprodutiva no país.
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