Métodos de espectroscopia vibracional eficazes

na deteção precoce

de cancro

Uma equipa de investigadores da Universidade de Coimbra (UC) demonstrou que métodos de espectroscopia vibracional, técnicas não invasivas e altamente sensíveis, são eficazes na deteção precoce de cancro, revelou hoje aquela instituição de ensino superior.

O projeto focou-se no "desenvolvimento de métodos óticos de diagnóstico que podem usar radiação de laser ou de infravermelho (as chamadas espectroscopias de Raman e de infravermelho), com o objetivo de auxiliar os médicos na deteção precoce de cancro e avaliação de margens cirúrgicas", informou a UC, em comunicado.

As atuais técnicas de diagnóstico baseiam-se em alterações morfológicas, ou seja, na

forma das células e no seu ambiente, o que possibilita ao patologista determinar se elas estão normais, displásicas (alteradas) ou neoplásicas (cancerígenas).

Já as técnicas propostas no estudo, além de

"não serem invasivas", permitem obter "informação química para além da morfológica", sendo que as alterações a nível químico podem preceder as variações da forma celular e esta informação adicional pode ser "essencial" para

o médico poder efetuar um diagnóstico precoce da doença, explicou a UC.

Esta técnica permite ver e analisar "alterações de composição química, por exemplo, de proteínas ou de lípidos", e já entrou na clínica de alguns hospitais dos Países Baixos, Inglaterra ou Canadá, em estudos-piloto.

Testes a várias amostras de tecidos com resultados muito positivos

Para avaliar a sua eficácia, a equipa testou várias amostras de tecidos e os resultados foram muito positivos, demonstrando o "elevado potencial destes métodos".

A cientista explicou que as margens cirúrgicas representam um "grande problema para os cirurgiões", já que, "quando retiram um tumor, os cirurgiões nunca podem ter a certeza absoluta da margem cirúrgica, sendo passível de erro".

Em suma, este estudo pretende contribuir para o "desenvolvimento de técnicas de espectroscopia vibracional de vanguarda".

A UC deu ainda nota de que os cientistas estão já a desenvolver um protótipo, esperando que estes métodos de diagnóstico mais rigorosos e não invasivos tenham um impacto importante no sucesso da quimioterapia e ajudem no desenvolvimento de tratamentos personalizados com melhores prognósticos.

Cientistas estão a desenvolver um protótipo

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