Maioria das crianças internadas com manifestação rara da covid-19 eram saudáveis

Quase sete em cada dez crianças que estiveram internadas com a síndrome inflamatória multissistémica, uma manifestação rara e grave da covid-19, no Hospital D. Estefânia, eram previamente saudáveis, revela um estudo divulgado esta sexta-feira na revista Ata Médica.

O estudo conclui que, embora não tenha sido registada nenhuma morte entre os

45 doentes com MIS-C internados no D.Estefânia, a maioria esmagadora (90,4%) dos 21 doentes avaliados seis meses

após a alta apresentaram diminuição da tolerância ao esforço e 53,3% uma

lesão cardíaca persistente.

"Tal como em relatórios anteriores, encontramos uma idade média semelhante (sete anos), ligeira predominância de doentes do sexo masculino (68,9%), e a maioria dos doentes eram anteriormente saudáveis (68,9%)", refere o estudo publicado na revista Ordem dos Médicos.

Os sintomas mais comuns na admissão hospitalar foram febre (100%), seguida de dor abdominal (60%), vómitos (53,3%), erupção cutânea (48,9%) e hiperemia conjuntival bilateral (28,9%).

Os autores do estudo referem que foi observado "um amplo espetro" de apresentação da doença num grupo de doentes previamente saudável, na sua maioria.

Segundo o estudo, a duração média desde o início dos sintomas até à admissão no hospital foi de seis dias, "um longo período de tempo considerando a potencial gravidade da doença", sublinham.

Segundo os investigadores, estes dados permitem concluir que esta síndrome nem sempre é reconhecida, dada a possibilidade de uma apresentação mais suave, mas, afirmam, "em qualquer caso, esta síndrome tem consequências potencialmente graves e deve motivar um acompanhamento atento e uma hospitalização".

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