Comunicação vocal teve origem há mais de 400 milhões de anos

A comunicação vocal teve origem há mais de 400 milhões de anos, de acordo com um novo estudo que mostra também que animais como as tartarugas, que se acreditava serem mudas, apresentam reportórios acústicos amplos e complexos.

As análises sugerem que esta é pelo menos tão antiga quanto o último ancestral comum de todos os vertebrados terrestres, que viveu aproximadamente há 407 milhões de anos.

O uso de sons como recurso de comunicação é comum entre vários grupos de vertebrados: o canto dos pássaros, o coaxar dos sapos ou o latido dos cães são alguns exemplos bem conhecidos e desempenham um papel fundamental no cuidado parental, atração do parceiro e vários outros comportamentos.

Comunicação acústica tem uma origem evolutiva comum e antiga

Apesar da sua importância, pouco se sabe sobre quando e em que ponto da história evolutiva dos vertebrados este comportamento surgiu.

Para tentar desvendar esse mistério, uma equipa

de investigação internacional, liderada pela Universidade de Zurique, concentrou-se em espécies que nunca foram analisadas anteriormente, referiu esta instituição em comunicado.

Especificamente, o trabalho inclui evidências de 53 espécies de quatro grandes grupos de vertebrados terrestres - tartarugas, tuatara (réptil), cecílias (anfíbio) e peixes pulmonados - na forma de gravações vocais e informações contextuais sobre o comportamento que acompanha a produção de sons.

Para investigar as origens evolutivas da comunicação acústica em vertebrados, os investigadores combinaram dados relevantes sobre as habilidades de vocalização de espécies como lagartos, cobras, salamandras, anfíbios e peixes pulmonados com métodos de reconstrução de traços filogenéticos.

Combinados com dados de grupos de espécies acústicas conhecidas, como mamíferos, pássaros

e sapos, os investigadores conseguiram mapear a comunicação vocal na árvore da vida dos vertebrados.

Até agora, o consenso científico defendia uma origem convergente da comunicação acústica entre os vertebrados, uma vez que a morfologia do aparelho auditivo e sua sensibilidade, assim como

a do trato vocal, variam consideravelmente entre estes.

Mas os novos resultados mostram que a comunicação acústica não evoluiu várias vezes em vários grupos de espécies, mas tem uma origem evolutiva comum e antiga.

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