Ainda há falta de fruta gratuita em muitas escolas

Apesar de no ano letivo passado ter diminuído de 19,6% para 6,9% o número de crianças que não consumia diariamente fruta ou legumes na escola, ainda há uma percentagem significativa de turmas sem acesso a fruta gratuita na escola.

Por regiões, Évora foi um dos distritos com maior percentagem de turmas com acesso gratuito a frutas e legumes na escola. Já Bragança por outro lado, Bragança foi o segundo distrito a reportar ter menor acesso gratuito a fruta e legumes.

Aumentar o consumo de frutas e legumes na infância é o principal objetivo da iniciativa escolar “Heróis da Fruta”, lançada em 2011 pela APCOI, a quem os resultados surpreenderam sobretudo pelo desconhecimento, por parte das autarquias, da possibilidade de acesso a fundos europeus para garantir esta distribuição de fruta gratuita nas escolas.

"Espanha usa quase 100% destes fundos

e Portugal não está a usar a totalidade

da verba, muito por desconhecimento da possibilidade deste acesso aos fundos europeus", disse à Lusa Mário Silva, presidente da APCOI, sublinhando que, além das autarquias, também os agrupamentos escolares podem aceder

a estas verbas.

O responsável sublinhou a importância de combinar estratégias, referindo: "É mais eficaz quando ao mesmo tempo que se motiva as crianças a adotarem estes comportamentos e se distribui [os alimentos]".

As principais conclusões deste estudo

O estudo do ISAMB/FMUL analisou, no ano letivo 2021/2022, uma amostra de 16.970 crianças, entre os 2 e os 14 anos de idade, de 845 turmas de 433 estabelecimentos de ensino.

Relativamente à distribuição gratuita de frutas e legumes na escola, quer através

do Regime Europeu de Fruta Escolar ou de outro mecanismo de apoio local durante

o ano letivo 2021/2022, o estudo concluiu que "a frequência de acesso a nível nacional das turmas inquiridas se situava nos 60,5%".

Faro foi o distrito onde se verificou a maior percentagem de turmas com acesso a fruta distribuída gratuitamente na escola (92,9%), seguindo-se de Braga (83,0%), Santarém (78,1%), Évora (70,8%) e Viseu (68,0%). As menores percentagens situaram-se em Viana do Castelo (9,1%), Bragança (20,0%)

e Portalegre (35,7%).

Após este projeto, em quase todos os distritos e regiões houve igualmente uma redução do consumo diário de lanches escolares pouco saudáveis, à exceção

da região da Madeira e do distrito de Portalegre. A região dos Açores foi a que registou a maior diminuição da ingestão

de lanches escolares pouco saudáveis.

As inscrições para o ano letivo 2022/2023 já estão abertas para todas as turmas de pré-escolar e 1.º ciclo de estabelecimentos públicos ou privados e podem ser feitas até final do ano.

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