Famílias de jogadores do Irão ameaçadas de prisão e tortura
ENTENDA PORQUÊ
MUNDIAL 2022
As famílias dos jogadores iranianos que estão a representar o país no Mundial 2022 foram ameaçadas com prisão e tortura.
Esta punição será aplicada caso os jogadores "não se comportem" no encontro com os Estados Unidos, que acontece esta terça (29) às 19h, revela a CNN International.
De acordo com a reportagem foram enviados elementos do Corpo de Guardas da Revolução Iraniana (IRGC), uma das divisões das forças armadas do Irão, para monitorizar e recolher dados sobre a equipa. Os membros da seleção iraniana estão proibidos de conviverem com pessoas fora do grupo ou encontrarem-se com estrangeiros.
Os jogadores iranianos, que recusaram cantar o hino nacional no seu jogo de estreia no torneio, a 21 de novembro, terão sido chamados para uma reunião com o IRGC.
No encontro foi dito que, caso não cantem o hino nacional ou se juntem a qualquer forma de protesto político contra o regime, os familiares serão punidos com "violência e tortura".
Além do encontro com os atletas, as forças de segurança reuniram também com o português Carlos Queiroz, selecionador nacional do Irão. O treinador disse recentemente que os jogadores podem manifestar-se, desde que o façam de acordo com as regras da FIFA.
Nos últimos meses, o ambiente político no país do Golfo Pérsico tem estado agitado, com os maiores protestos desde a revolução que impôs o regime atualmente em vigor, em 1979.
O movimento foi impulsionado pela morte de Mahsa Amini, de 22 anos, que faleceu após ser presa pela polícia de costumes iraniana, que a acusou de não utilizar corretamente o véu islâmico.
WEBSTORY: TIAGO SERRA CUNHA

FOTOGRAFIAS: ABIR SULTAN/EPA;
MANAN VATSYAYANA/GETTY IMAGES
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